Uma proposta “concreta”
Farley Lima, Engenheiro Civil, membro da executiva do PMDB
Todos os anos, durante o período de chuvas, as ruas da cidade se desmantelam em buracos causados pelo envelhecimento do piso e da força das águas. Na seqüência, são realizados reparos “meia-boca”, o que implicará, evidentemente, em outra manutenção, tão logo caía a próxima chuva. Sou formado em engenharia civil e, já tendo sido secretário de obras de uma cidade Fluminense da Região dos Lagos, conheço o procedimento de recuperação dos buracos de uma rua. Há cerca de 15 dias acompanhei, curiosamente, a execução de uma dessas operações tapa-buraco. Primeiro, espera-se a estiagem, porque a umidade tende a dificultar a fixação da massa asfáltica. Mas há ocorrências em que se faz necessária a intervenção imediata. Nestes casos, realiza-se uma raspagem do local até que a área mais seca do buraco apareça, tornando a colagem do pinche mais efetiva. Entretanto, observei que, em uma destas manutenções, o material foi jogado sem o devido recorte ou varredura, para que a parte mais seca do buraco aparecesse, o que dificulta a colagem do pinche. Para o meu espanto, a área também não foi compactada, deixando para que o próprio tráfego de veículos o fizesse na região afetada, o que, é claro, não funciona.
Com isso, milhares de reais dos cofres municipais vão “para o buraco” todos os anos em ações paliativas que não se mantém até a próxima chuva. Uma medida acertada e duradoura seria adotarmos o uso de concreto na pavimentação das ruas do município. Não se trata de iniciar um amplo processo de pavimentação em toda cidade, mas de implantar a técnica onde os reparos se fizerem necessários, trocando, a médio e longo prazo, a malha viária de Contagem onde o transito for mais intenso. Uma das resistências na adoção do concreto como matéria prima seria o seu valor. O quilômetro do concreto pode ser de 10% à 25% maior que o do asfalto. Só que sua durabilidade dispensa manutenções. A vida útil de uma rodovia de concreto chega a 20 anos, sem reparos. Já as vias pavimentadas de asfalto duram 8 anos em media. Sem a necessidade de manutenção, a primeira temporada de chuva subseqüente à fixação do concreto faz que o mesmo se torne mais barato.
Afora a otimização da aplicação dos recursos públicos em obras de qualidade, a pavimentação das rodovias com concreto tem outras vantagens, a saber: O pavimento de concreto é um redutor de acidentes rodoviários. Por não se deformar (deformações como vemos na trincheira da Av. Cardeal Eugênio Pacelli) motoristas e motoqueiros não são surpreendidos durante a viajem. Trafegando à noite, a pista de rolamento ganha maior visibilidade, dada a cor clara do concreto. Quem passa com frequência pela Linha Verde, altura da Cidade Administrativa, pode atestar isso. Em dias chuvosos o concreto gera menos aquaplanagem, por haver maior aderência do pneu com o concreto.
Em uma cidade como Contagem, de localização geográfica privilegiada, fazendo com que inúmeras transportadoras viessem se fixar no município, que é cortada por três das principais rodovias do estado, e com um potente parque industrial fazendo girar pelas ruas da cidade um tráfego intenso de veículos pesados, este já era pra ser um projeto em execução. Fica a minha sugestão para os candidatos à prefeitura de Contagem.

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